março 28, 2010

" uma vez, entre as muitas que ele parou a sua diaria brincadeira para pensar e ficar conversando sozinho, ele pensou, posso ter o que eu quiser, posso ser grande e ainda maior, posso ser melhor que os melhores que eu conheço, por varias vezes depois esse pensamento lhe ocorreu, e ficou guardado na sua memoria como um desejo antigo. depois de anos esse desejo ressurgiu como se estivesse guardado em uma bolha que estourou, mas o menino não existia mais, suas vontades e desejos morreram,e ele se viu como aquilo que sempre detestou, um peso no mundo, parado sem um futuro aparente, sem saber se faz o que gosta, sem saber se gosta de alguma coisa, só passando um dia a mais e virando cada vez mais garrafas. e ele acha que nem para um bebado ele serve, pois nem bebado se faz notavel, sempre triste e sempre nas sombras. drogas já não tem mais graça, a solidão é a unica companhia que ele tem e enquanto vista como companhia se personifica, toma a forma de um amigo a muito não visto que sabe ouvir todos os lamentos do menino morto. Sorrizos não são raros no seu rosto, mas não são mais tão bons como no passado, lagrimas ele não experimenta a muito tempo, pois emoções fortes que poderiam causá-las ele não sente mais. da vida racional que o menino tentou construir ficou só a estrutura pronta, pois o resto não é facil de construir. hoje, anos mais tarde, um homen racional que tentou entender o caos, experimentou muito dele e que precisa de felicidade artificial para fugir do mundo inimigo em que vive, está parado na frente de uma construção observando se seria capaz de integrar o caos na construção de um casa/vida surrealista, sem derrubá-la e sem machucar ninguem.

fevereiro 13, 2010

...depois de sobreviver ao massacre, ele não sabe o que foi pior, ver os companheiros morrendo, ou ter que matar os que cairam para poupa-los do pior, agora ele vaga sózinho, caminha só a noite, sempre pela floresta, nunca em campo aberto, sempre imperceptivel, ninguem sabe que ele existe, mas ele sabe de todas as pessoas que estão envolta. mas essa noite é diferente, eles entraram na floresta. eles tinham fogo, eles tinham armas e ódio. caçavam em grupo o ultimo e indefeso inimigo, que não queria vingança, que não queria fugir, que não queria matar.
aquela hora ele sabia que era a hora para a qual ele tinha guardado a sua flecha, ele via os homens caminhando mais adiante vindo na sua direção, sua mira é excepcional, mas ele nem precisa dela para uzar a ultima flecha que possui.
O arco já está retesado, a flecha repousa no seu lugar e ela vibra sabendo o que vai fazer, sabe o seu destino e não gosta dele, mas é tarde.
Um disparo, uma garganta perfurada, um corpo caido. o ultimo inimigo dos homens está morto, nas suas mãos, um arco virado.

janeiro 18, 2010

desde que se transformou em arvore para evoluir, ele está sentindo o quanto é dificil ser só, tão complicado é passar todos os dias no mesmo ambiente, sentindo os mesmos cheiros, vendo as mesmas paisagens, morros por todos os lados, e floresta até onde os olhos podem ver. seu momento mais feliz é quando a lua está cheia, e ele passa horas olhando ela deslizar pelo céu. o vento e a chua também são prazeirosos, mas na grande maioria dos seus dias é o sol que está no céu. e ele fica ali plantado no mesmo lugar vendo o mundo acontecer enquanto ele é arvore.
os outros ainda são mortais, vivem a vida com os sentimentos, como se fosse uma chama ardendo neles, enquanto ele não gosta de fogo, adora a água e a noite, e se fez árvore, acumulando sabedoria ancestral e imortal, sem sentir só sabendo ele vai sair homem, um ser unico sem amor só sabedoria.
essa foi sua busca enquanto viveu.

dezembro 28, 2009

rasgar, quebrar, destruir, matar...rasgar, quebrar, destruir, matar....
eles repetiam isso a horas, se elguem os visse no dia anterior, ficaria espantado, eles eram a legião dos mais lindos anjos, suas caracteristicas eram unicas, suas roupas majestosas, suas armas magnificas e suas asas esplendorosas.
porem a algumas horas eles vestiram a guerra, lindas armaduras, dignas dos deuses, desembainharam as espadas e mataram.
suas aramas banharam-se no sangue dos mortais, suas flechas prateadas se transformavam em serpentes antes mesmo de atravessar os corpos das vitmas, e depois ficavam no chão mordendo e envenenando as crianças.
apesar de sentirem o calor da batalha e de distribuirem a morte, os anjos continuavam limpos, sem ao menos uma gota de sangue sujando suas roupas. e eles continuavam a destruir e a quebrar.
os mortais, vis e covardes impurravam os que eles julgavam culpados para as pontas das lanças e espadas de fogo, e fugiam tropeçando nos cadaveres que apodreciam instantaneamente, as mães morriam em meio a sujeira e ao fedor, protegendo seus filhos, a essas eram dadas mortes rapidas em honra a sua nobresa de espirito.
os que entavam lutar ganhavam uma morte honrada de guerreiro, e morriam com as armas nas mãos.
os anjos matavam sem piedade, matavam com determinação, e o ultimo grupo de resistencia estava lutando com furia restavam cinco agora e eles lutavam como o urso, como o lobo, como o tigre, como o bufalo e como o gorila, eram homens diferentes dos outros, eram especiais e assim que morriam algo novo era criado.
Nada era impossivel para os anjos, mas eles não mataram todos os homens, os mais rapidos fugiram, e com eles nasceu o medo, hoje os descendentes deles não conheçem os cinco homens que morreram no final, mas eles estão pelo planeta, queimando, lavando, soprando, enterrando e ensinando.
os descendentes dos fugitivos conhecem os anjos como demonios , mas os outros seres mais poderosos e sabios que os homens mortais, sabem que aqueles não são mais anjos, nem ao menos demonios, eles são agora deuses que usam de outra forma mais sutil todos os malditos mortais .

setembro 17, 2009

setembro. chuva.

Repentinamente chove, as primeiras gotas que caem nele trazem de volta a vida que abandonava seu corpo, seus ferimentos se fecham aos poucos, boas lembranças voltam a sua mente doente, e ele vê mais uma vez que sózinho sobreviveu a outra guerra. sempre sózinho.
Seus amigos sofreram tambem, muitos cairam, alguns levantaram após. outros ainda continuam tontos, mas nenhum percebeu quem os puxava ou levantava logo após os golpes, mas a queda acontece com todos, alguns caem seguidas veses, outros raramente, mas ele só cai quando ninguem pode ver, a queda dessa vez foi grande, o seu sangue estava quase todo em uma poça em volta do seu corpo caido, seus olhos não se fecharam, lagrimas não escorreram, apenas ficou caido, sentindo a totalidade da dor, e pensando nos companheiros que ele levantou e protegeu durante a batalha. esses companheiros formaram a corrente que prendeu sua alma no corpo, até a chuva vir, e as suas gotas se transformarem no seu novo sangue, e seu novo ar encher seus pulmões, e ela realizar a cura mágica que só os amantes dá agua conheçem.
Agora ele está de pé, caminha pela floresta molhada, procurando seus companheiros, eles não vão saber de nada disso, quando o virem ele vai sorrir, e eles vão perguntar onde ele estava, ele vai dizer.
- Eu me perdi, desculpem-me.

agosto 20, 2009

tudo é escuro e feio, o clima é frio, o ar é irrespiravel, o vento sopra constantemente e com muita força. as paredes pareçem ser forradas com cadaveres e esse terrivel papel de parede parece observar seus movimentos, o chão é pegajoso, um liquido denso vermelho e sujo cobre o chão. o teto é muito escuro, impossivel ver a que altura ele esta pois a escuridão toma conta de tudo, seu campo de visão é prejudicado pelo nevoeiro que toma conta do lugar, a cada vez que inspira o ar, seus pulmões se enchem de veneno, o tempo para pensar acabará logo, e é preciso sair desse lugar deploravel, mas os incontaveis buracos no chão, paredes falsas, escadas vivas e curvas erradas, se transformam em armadilhas nesse labirinto que já foi equilibrado.
O outrora bonito lugar, transformou-se no fétido e corruptivel labirinto agonizante que tortura seu prisioneiro dia após dia. O culpado disso é o próprio prisioneiro, pois ele construiu um lugar tranquilo onde poderia passar o resto de sua existencia aprendendo, lendo infinitos livros em um ambiente calmo, enquanto a chuva batia na janéla, ou caminhando pelo campo com o vento bagunçando seus cabelos em uma tarde de inverno, ou conversando com a lua cheia em uma noite estrelada. porem ele construiu também um pequeno amontoado de maldade, sem forma, pois não gostou de trabalhar nela, apenas a colocou numa caixa e guardou; ela foi se moldando sozinha e lentamente começou a destruir o lugar bonito.
As tardes estudando e ouvindo a chuva acabaram, os passeios no vento também, a lua ele não ve a alguns meses, ouve a sua vóz longe, chamando-o para uma conversa, mas não responde. pois está preso no seu labirinto ridiculo. lutando contra ele mesmo. pois o labirinto é tudo que ele é, e essa descoberta o deixou desesperado.
O que é a verdade, o seu mundo perfeito construido, ou os seus instintos suprimidos que apareceram?

agosto 15, 2009

você mora com uma pessoa, ela te acha um completo idiota e sabe que você sabe disso, mas nunca fala isso.
você tem muita vontade de matar ela, mas ela está a tanto tempo com você, e apesar disso, vocês se completam, ninguem mais percebe o ódio mutuo de vocês, perante os outros são uma dupla que parece até feliz. todos riem das piadas feitas por vocês, todos sentem falta de vocês. porém quando estão sózinhos, brigam, ofendem e sangram. Por veses um já deixou o outro inconsciente, oque só deixou pior a convivencia. Teve uma vez em que os dois acabaram nocauteados. só acordaram no outro dia, um com raiva o outro com medo, e os dois confusos até descobrir onde estavam, desde então já se divertiram, já brigaram mais, já correram livres. sentiram o vento, conversaram com a lua. e agora só querem mata um ao outro rapidamente, sem sofrimento. mas isso esta ficando mais dificil pois estão cada vez mais, se tornando um e esse um em construção não passa de um completo idiota ainda...
Doppelganger

agosto 14, 2009

você conheçe, todo mundo conheçe, o guerreiro, sem hábilidades extraordinarias, que só está lá na linha de defesa ajudando os principais a derrubar os inimigos, os inimigos vem em maior número, só os guerreiros habilidosos e famosos podem ganhar deles, este guerreiro está lá tambám e se sente honrado de ser amigo dos melhores, sacrificaria a sua vida por eles, e sabe que em algum momento da batalha só os grandes guerreiros estarão vivos e lutando, mas até lá ele lutará bravamente, e matara o maior número de inimigos que puder. salvará por vezes a vida dos grandes guerreiros, dos seus amigos, mas sempre sabendo que seu papel na batalha não será destacado, nunca será lembrado como herói, mas mesmo assim não se importa, já fica contente de poder ajudar os heróis a se tornarem grandes nas lendas, seus ataques furtivos, suas flechas disparadas, sua furia guerreira, nenhuma vai estar em nenhuma canção, de nenhum bardo, mas suas lagrimas vão escorrer no seu rosto quando seus amigos forem exautados, com suas glórias e conquistas aclamadas. ele sabera que seu papel foi cumprido e que sua vida teve sentido, pois seus amigos estarão todos bem. e isso é tudo que ele precisa para descançar em paz por toda a eternidade.
é verdade que foi dificil acordar, mas o sol estava forte e atrapalhava o sono. com a minima vontade ela levantou e entrou na floresta , ali era um lugar mais agradavel, não tinha toda aquela luz insuportavel, e quanto mais ela entrava mais o calor diminuia.
Ela não parou nem um segundo para pensar que era uma presa facil para qualquer animal que estivesse por ali, só andou. e se sentiu bem por isso, parou para vomitar uma ou duas veses, mas continuou entrando ne floresta. pouco importava os acontecimentos no resto do mundo, o seu desejo foi realizado, ela estava em paz consigo mesma, nem se importou com as sombras que se mexiam ao redor, seus instintos de guerreira lhe fizeram acreditar que eram aproximadamente uma duzia de inimigos, apesar de eles não fazerem barulho, mas isso não era mais importante, ela carregava duas espadas, mas não pretendia uza-las, se caisse seria sem luta, mesmo percebendo o cerco, apenas andou.
Uma flecha se cravou no seu ombro, ela soube que o atirador não errou o alvo, aquele flecha era apenas um avizo, e ela desprezou e continuou andando, pois não fazia a minima diferença se a proxima seria fatal ou não.
E foi. uma flecha entrou embaixo do seu queixo e lhe deu mais alguns segundos de vida.
O suficiente para um sorriso

agosto 09, 2009

A morte é uma boa companheira.
Não é leal a ninguem, merece respeito, não medo, ela anda proxima de todos e as vezes faz convites irresistiveis outras vezes faz com que não a queiramos por perto.
e foi por um desses convites que eu escrevi este texto.
Nunca nunca fui um bom guerreiro, na verdade nunca fui um bom mago, nunca dei meu maximo pra nada. Sempre tentei ajudar os meus companheiros, tentava parecer forte, aos olhos deles eu parecia confiante, despreocupado, sempre aparecia como apoio, pois nunca demonstrava fraqueza, nos piores momentos conseguia manter o sangue frio, e as vezes até o olhar indiferente.
Orgulhava-me de ser totalmente racional, não ser guiado por emoções, achava isso uma boa forma de encarar a vida, mas se a vida é má com as pessoas emocionais, as pessoas são más com os racionais.
Não entendo porque eu estou mudando agora.
Eu já sabia, apesar de suprimir com todas as forças, que eu sou fraco e medroso, só uma coisa em mim supera isso, minha lealdade; os que tem minha lealdade tem minha vida.
parte dos problemas que tenho agora tem a ver com minha lealdade e meu medo.
Um aventureiro esta com sérias dificuldades em sua missão pessoal, deparou-se com uma quimera, eu devo ajuda-lo, quero ajuda-lo porem estou no meio de um duelo.
Luto com um oponente que sabe meus movimentos, que sabe me atacar, ataca mesmo sabendo que eu sei onde vai atacar ele sabe a hora que eu abro a guarda, para um ataque maior, assim como eu sei já como são seus movimentos, como dança enquanto corta de um lado para o outro ou estoca, finta ou desvia um ataque meu, ele me conheçe intimamente e eu o conheço intimamente, ele é meu doppelganger.
O nosso duelo se passa em uma zona de caos total, tudo é aleatório talvez um plano astral; o problema é que eu não sei como vencer esse duelo, não posso acabar com ele simplesmente, não posso matar parte de mim, eu gosto dele e tudo que se passa comigo também é sentido por ele, por isso as lagrimas rolam em nossas faces.
A minha ligação com meu irmão aventureiro é muito forte, eu sei que ele precisa de ajuda, ja perdi outros, por não ter reconheçido que precisavam de ajuda, o meu futuro mudou depois disso, a minha prioridade agora é ele, preciso ir até ele e ajuda-lo a vencer, o problema é que não estou seguro de que posso ajudar totalmente, porque meu duelo está constantemente em mim.
Em uma taverna a alguns dias eu ouvi de uma conselheira, coisas que eu já sabia. a insegurança é muito grande em mim.
entretanto, em um trono não longe daqui existe uma garota, ela tem grande beleza, rivaliza até mesmo com as belas elfas e as ninfas da floresta, como era de se esperar ela tem alguns pretendentes e eles lutam, cavalgam, caçam e encantam mais do que um simples insano que trava longas batalhas subconsientes contra si mesmo.
só quero aprender com essa batalha, quero saber quem sou, o que valorizo, se tenho sentimentos ou se só quero crescer e ser aceito pelos outros.
Me sinto despresivel agora, mas vou socorrer meu irmão, pois é a coisa que meis importa para mim no momento.

O Doppelganger

agosto 08, 2009

quando corria, ele conseguia se libertar, adorava a sensação de correr mais do que as patas podiam aguantar, então saltar e no segundo seguinte sair voando, planando pelo céu, essa sim era a liberdade que poucos conheciam e menos ainda tinham. mas ele tinha e conhecia, como conhecia.
Caçava com o arco, melhor que qualquer caçador que conhecera, e com suas habilidades nem precisava disso pois podia atirar a flecha e a apanhar no caminho, era mestre na luta com duas espadas, derrotou muitos campeões, e matou muitos inimigos em aventuras e guerras.
As guerras, ele lutou nas quatro, destacou-se na primeira, virando comandante do exercito da região sul, apesar da grande derrota na segunda, seus homens não morreram o exercito do sul foi vencedor no meio da derrota, na terceira comandou muitos homens alem dos seus; e na quarta lutou junto com outros três seres, não lutou junto com o exercito, seu grupo lutou por conta, e como aventureiros, tiveram uma boa pilhagem naquele tempo. Depois de mais vinte anos recluso vivendo na floresta, aprendendo com ela, tudo que se pode saber de uma floresta milenar, onde a vida brota sem forma no centro de tudo, ele mesmo virou parte da vida do mundo, não uma parte qualquer tipo as outras pessoas. em comparação as outras pessoas seriam grãos de areia da vida enquanto ele estava já no tamanho de uma nóz, e poucos humanos chegam a ficar do tamanho de uma nóz. por isso ele não era mais humano. era como já disse parte viva da chama da vida, e nada o agradava mais do que ser lobo e correr, ser águia e voar voltar a ser humano e rolar rindo pelo chão. pois na essência ele é isso. é feliz.